Tendo sido publicada no jornal Público uma peça sobre a alegada destruição de um canteiro de plantas na Escola D. Pedro V, cuidado por um seu aluno, destruição essa que se imputa, de modo impróprio, à Direção da instituição, importa esclarecer:
- O aluno em causa sempre foi apoiado pela escola no seu desiderato de fazer um pequeno jardim com várias espécies de plantas, ao qual juntou a introdução de alguns pequenos insetos na escola, numa experiência de biodiversidade.
- Esse apoio levou a que se nomeasse uma docente de Biologia para o acompanhar e aconselhar, bem como se disponibilizou espaço de arrecadação para que guardasse os utensílios e outros materiais imprescindíveis para o trabalho a realizar.
- O aluno foi cuidando desse espaço ao longo do último ano, plantado e regando, tendo, de facto, crescido no local algumas plantas.
- Daqui resulta que a escola e a sua Direção nunca obstaculizaram, antes consentiu e facilitou a iniciativa.
- A pretensa destruição, que teria sido obra quase maquiavélica dos responsáveis da escola, é uma lucubração do aluno a que, infelizmente, um jornal deu cobertura alargada em espaço de publicação.
- A verdade é que durante boa parte do mês de Agosto o aluno não cuidou nem regou, nem pediu qualquer ajuda, pois queria ser muito autónomo. Aliás, ao longo do ano, foi a própria docente que a Direção designou para o apoiar que referiu a pouca disponibilidade do aluno para essa colaboração, tendo até um dia recusado a chave da arrecadação dos utensílios, pois dizia que era dele. O Verão, como todos sabem, foi este ano particularmente quente e seco, pelo que as plantas não resistiram a esta delicada situação e secaram. Aconteceu na escola como em muitos outros locais.
- Essa situação foi agravada pela queda abundante de agulhas de pinheiro que formou uma capa espessa de caruma no solo, contribuindo ainda mais para a ocorrência de acidez e secura do solo e das espécies plantadas.
- Por muito que queiramos, os responsáveis da escola ainda não dão ordens ao tempo nem podem impedir que das árvores caia matéria orgânica seca.
- Esta é a explicação real e factual do sucedido ao referido canteiro. O aluno, com certeza desconsolado, tal como nós, por o seu trabalho ter este revés, decidiu fazer alarde público da sua imaginação, culpando quem nunca destruiu ou proibiu o que quer que fosse nesse local.
- Mais se diga que este aluno tentou, com atitudes que raiam o fundamentalismo, impedir o desbaste de árvores e o derrube de outras em perigo de queda ainda este mês, intervenção realizada por uma empresa especializada e após criteriosa avaliação, imputando, no local, a pretensa destruição do canteiro aos trabalhadores e acusando-os de fazer cair a caruma dos pinheiros, gritando e esbracejando com algum descontrolo emocional.
Porque a publicação de uma realidade paralela, a partir de um relato não verdadeiro de um aluno, a que nós, como educadores e professores damos a devida desculpa, responsabiliza em primeiro lugar quem decidiu dar-lhe destaque, fica para todos a devida clarificação e reposição da verdade.
Confiamos que a maioria dos nossos alunos, pais e outros membros da comunidade assumiram que a peça jornalística não era fidedigna, pelo conhecimento que têm do nosso trabalho.
Para os poucos que decidiram, sem prudência, assumir como verdadeiras as queixas do aluno, inclusive remetendo a esta escola mensagens de correio eletrónico de grande falta de educação e indignação infundada, e fazendo juízos temerários e ofensivos, esperamos maior ponderação intelectual e cívica no futuro.
Lisboa, 26 de Setembro de 2022
A Direção do AE Laranjeiras