Esclarecimento à comunidade educativa do AEL

Tendo sido publicada no jornal Público uma peça sobre a alegada destruição de um canteiro de plantas na Escola D. Pedro V, cuidado por um seu aluno, destruição essa que se imputa, de modo impróprio, à Direção da instituição, importa esclarecer:

  1. O aluno em causa sempre foi apoiado pela escola no seu desiderato de fazer um pequeno jardim com várias espécies de plantas, ao qual juntou a introdução de alguns pequenos insetos na escola, numa experiência de biodiversidade.
  2. Esse apoio levou a que se nomeasse uma docente de Biologia para o acompanhar e aconselhar, bem como se disponibilizou espaço de arrecadação para que guardasse os utensílios e outros materiais imprescindíveis para o trabalho a realizar.
  3. O aluno foi cuidando desse espaço ao longo do último ano, plantado e regando, tendo, de facto, crescido no local algumas plantas.
  4. Daqui resulta que a escola e a sua Direção nunca obstaculizaram, antes consentiu e facilitou a iniciativa.
  5. A pretensa destruição, que teria sido obra quase maquiavélica dos responsáveis da escola, é uma lucubração do aluno a que, infelizmente, um jornal deu cobertura alargada em espaço de publicação.
  6. A verdade é que durante boa parte do mês de Agosto o aluno não cuidou nem regou, nem pediu qualquer ajuda, pois queria ser muito autónomo. Aliás, ao longo do ano, foi a própria docente que a Direção designou para o apoiar que referiu a pouca disponibilidade do aluno para essa colaboração, tendo até um dia recusado a chave da arrecadação dos utensílios, pois dizia que era dele. O Verão, como todos sabem, foi este ano particularmente quente e seco, pelo que as plantas não resistiram a esta delicada situação e secaram. Aconteceu na escola como em muitos outros locais. 
  7. Essa situação foi agravada pela queda abundante de agulhas de pinheiro que formou uma capa espessa de caruma no solo, contribuindo ainda mais para a ocorrência de acidez e secura do solo e das espécies plantadas.
  8. Por muito que queiramos, os responsáveis da escola ainda não dão ordens ao tempo nem podem impedir que das árvores caia matéria orgânica seca.
  9. Esta é a explicação real e factual do sucedido ao referido canteiro. O aluno, com certeza desconsolado, tal como nós, por o seu trabalho ter este revés, decidiu fazer alarde público da sua imaginação, culpando quem nunca destruiu ou proibiu o que quer que fosse nesse local.
  10. Mais se diga que este aluno tentou, com atitudes que raiam o fundamentalismo, impedir o desbaste de árvores e o derrube de outras em perigo de queda ainda este mês, intervenção realizada por uma empresa especializada e após criteriosa avaliação, imputando, no local, a pretensa destruição do canteiro aos trabalhadores e acusando-os de fazer cair a caruma dos pinheiros, gritando e esbracejando com algum descontrolo emocional.

Porque a publicação de uma realidade paralela, a partir de um relato não verdadeiro de um aluno, a que nós, como educadores e professores damos a devida desculpa, responsabiliza em primeiro lugar quem decidiu dar-lhe destaque, fica para todos a devida clarificação e reposição da verdade.

Confiamos que a maioria dos nossos alunos, pais e outros membros da comunidade assumiram que a peça jornalística não era fidedigna, pelo conhecimento que têm do nosso trabalho.

Para os poucos que decidiram, sem prudência, assumir como verdadeiras as queixas do aluno, inclusive remetendo a esta escola mensagens de correio eletrónico de grande falta de educação e indignação infundada, e fazendo juízos temerários e ofensivos, esperamos maior ponderação intelectual e cívica no futuro.

Lisboa, 26 de Setembro de 2022

A Direção do AE Laranjeiras